Eu pelo menos quando oiço falar em despertar espiritual, ou é porque a pessoa começou a meditar, a fazer yoga ou porque entrou de alguma forma no mundo das ferramentas esotéricas.
É muito raro ouvir-se falar em casos de mergulhos interiores, auto descobertas, introspeções com intuitos de se melhorarem a si mesmos ou de se curarem..
Sejamos honestos, hoje em dia as pessoas querem é tapar feridas.. Soluções rápidas para os problemas.. Ninguém quer descobrir os gatilhos ou as origens dos mesmos..
Eu por acaso, desde uma certa idade, que sempre li muito.. Sempre me questionei sobre tudo, e sempre testei e experimentei muita coisa, porque regia-me pelo facto de "ver para crer".. Mais a frente acabei por mudar um pouco essa "filosofia" de vida..
Atualmente há muita coisa que eu sinto à minha volta, mas não vejo, e na mesma sei que esse facto não invalida o facto de ser real.
(Decidi vir aqui, e fazer esta partilha porque sinto falta deste tipo de partilhas pela internet, parece que de repente toda a gente é perfeita e igual e que ninguém evolui.)
Quero partilhar com quem esteja interessado em ler, um pouco do caminho que me trouxe até aqui. 😊
(Não, esta não é a história da minha vida.. É apenas um bocadinho, o inicio de um bocadinho da minha vida. Acho importante esta partilha, pois o que aconteceu, e tem vindo a acontecer comigo, eu tenho ideia de não ter acontecido com mais ninguém. Eu pesquiso sempre testemunhos de situações idênticas e nada surgiu, nem mesmo nas redes sociais, ou através de amigos.)
Vou começar pelo inicio..
2011 - Fui diagnosticada com Ansiedade Crónica e Início de Agorafobia
(Eu tinha apenas 17 anos, e nem imaginava que estava á beira de ser medicada para o resto da minha vida.)
Lembro-me de ter começado a tomar Valdispert de dosagem baixa, e entretanto tomar dosagem bem alta num curto intervalo de tempo.
Sei que o meu limite foi quando o médico de família me receitou o Unisedil.
(Eu deixei de ser uma pessoa, e passava a ser um pudim.. Invertebrada, e com sensação de estar a derreter..)
Com 17 anos!
Felizmente nessa altura descobri a meditação, e comecei a pesquisar acerca de remédios naturais.
Deixei a medicação, substituindo-a por infusões de plantas.
(No caso da ansiedade, eu costumava tomar o valdispert, cujo principal principio ativo é a raíz de Valeriana. Substitui o medicamento pela toma da infusão, em dosagens controladas, como é recomendado.)
2013 - O meu organismo começou a rejeitar a Lactose.
(Eu durante o meu crescimento, sempre tive episódios de me dar mal com os lacticínios, mas eram fases.. acabava sempre por passar, ou era apenas durante gripes e gastrites.)
Posso dizer que foi uma adaptação difícil.
Por norma achamos que só os lacticínios levam leite certo?!
Pois eu também pensava assim..
Depois descobri que muitos processados tinham leite em pó, ou mesmo lactose, quer nos ingredientes de fabrica, ou no método de conserva.
(Convido-te a começares a ler os ingredientes das coisas que consomes, é assustador!)
Assim fiquei a saber que o fiambre, algum pão, salsichas de lata, hambúrgueres congelados, bolos nos cafés, batatas fritas de pacote (de sabores), a maior parte das bolachas, pastelaria e muito medicamentos tinham lactose ou leite de alguma forma (leite em pó, lactose, manteiga, margarina sem ser vegetal).
E naquela altura não havia quase opções, como há agora..
Eu naquele mês entrei em desespero, eu e a minha mãe, eu não fazia ideia o que comer, tinha dores horríveis, digestão muito difícil.. E a minha médica de família insistia que eu não era intolerante á lactose continuando a receitar-me medicação com lactose, mesmo depois de ter feito analises e estas darem positivo.
Passei um ou dois meses a comer pão e fruta, não me sentia segura, já sentia medo de comer..
Emagreci 10 kg, num mês!
Aos poucos começaram a surgir os lacticínios sem lactose.
Na altura até abri um grupo no facebook para troca de informação e de ajuda, que se chamava "Intolerância à Lactose - Portugal".
(Ao fim de três anos já eramos quase 400 membros, só Portugueses ou residentes em Portugal.)
Foi uma experiência interessante, partilhávamos produtos e ingredientes dos mesmos que íamos comprando, restaurantes com opções, medicamentos, artigos.. Foi muito enriquecedor.
Uma noite, tomei um daqueles pacotinhos de láctase (enzima responsável por digerir a Lactose), que vendem na farmácia, e comi um hambúrguer normal do Mac, convencida que aquilo ia resultar em mim como resultava em todas as outras pessoas do grupo que tomavam e que conseguiam comer lacteos e em restaurantes normais de vez enquanto..
Como eu estava enganada.. Seguiu-se a pior noite até agora.
Dor horrível incapacitante no estomago, na barriga, suores por todo o corpo, um frio horrivel.. Acho que senti a alma a desligar-se do meu corpo e a preparar-se para partir.
Lembro-me de estar a tremer, de sentir frio..
Sei que o rapaz com quem namorava na altura estava ali á minha beira na cama, e a minha mãe tambem estava ali ao lado, imaginei que estivesse ao telefone com a saude 24, pois estava com o meu cartão de cidadão na mão, e a observar-me..
Conseguia ver os lábios dela a mexer mas a voz dela estava tão ao longe, e cada vez se afastava mais de mim o som.. O meu corpo começava a falhar-me.. Já não sentia força, acho que não sentia mesmo nada, nem dor.. Lembro-me de tossir e de ver eles a debruçarem-se sobre mim em panico, lembro-me de pensar que não queria morrer ali assim, não naquela noite..
Lembro-me de pedir a quem quer que estivesse a ouvir-me.. Lembro-me que questionar se existiria algo, algum deus, anjos da guarda, guias espirituais.. E se existissem para levarem qualquer coisa em troca de me deixarem viver.
Lembro-me de prometer aproveitar a vida, e ajudar sempre o próximo.
Não me lembro de adormecer, mas acordei de repente com uma pontada no estomago forte e um esguicho de vómito pelo nariz e pela boca, como se me tivesse dado um soco no estomago.
Só sei que passou.. tive uma gastrite, desenvolvi sensibilidade no estomago e digestiva mas sobrevivi aquela noite.
Deixei-me de aventuras, comecei a pesquisar a fundo o tema, e ver alternativas.
Nessa altura descobri que os produtos que dizem ser "sem lactose", têm na verdade lactose, a diferença é que alem da lactose, têm também Láctase, que é a enzima responsável de digerir a Lactose, enzima essa que o estomago de um Intolerante a Lactose não produz.
Já estava no anos de 2014, e começava a mostrar sintomas de alergia á proteína do leite, a caseína, o que me fez trocar o leite sem lactose, por bebida vegetal, continuando apenas a consumir, fiambre, manteiga e queijo sem lactose.
2015 - Comecei a ter problemas digestivos, digestão pesada, lenta, cólicas fortes, incapacitantes, paragens digestivas diversas, (uma vez numa urgência no hospital de cascais, uma enfermeira disse-me que se eu continuasse a ficar naquele estado o meu corpo podia não aguentar, e eu poderia morrer. Lembro-me dela me dizer que, com paragens digestivas não se brinca.
Mas dito de uma forma que parecia que eu estava a fazer de propósito..
O que é certo é que eu não estava a brincar, eu estava desesperada.. Eu ja tinha ido a varias consultas, ja tinha feito todo o tipo de exames ao intestino e aos estomago, e não me foi detectado nada.
Não havia nada nos resultados que justificasse o facto de eu não conseguir digerir certos alimentos tais como, feijão, grão, verduras verdes escuras, alface, sumo de laranja, laranja, limão, etc..
Fui recomendada a ir a uma nutricionista que ao ouvir as minhas queixas, de perda peso, de ficar sempre entre os 49kg e os 51kg, comendo os hidratos que eu comia e sem conseguir digerir leguminosas e as verduras verdes, me disse que não me podia ajudar e eu tinha de ir experimentando.
(Imaginam o medo que eu estava a ganhar de comer certo?!)
Ainda assim, fui sempre contornando, adaptando-me, procurando alternativas..
Lembro-me que brincar na altura e dizer que quem comandava a minha vida era o meu estomago..
Passaram-se aqui alguns anos, aqui algures eu tive contacto pela primeira vez com o reiki.
Tinha uma colega de trabalho, que achou curioso, o facto de todas as minhas queixas de saúde, serem localizadas energeticamente falando sob o chakra do Plexo Solar.
(Lembras-te da ansiedade que referi logo do inicio?!)
Pois bem, segundo ela estava tudo ligado. E era interessante se eu fosse receber uma sessão de reiki e observar como me sentia depois disso.
(Eu nunca tinha ouvido falar de reiki naquela altura. Gostava imenso de cristais, achava-os lindos, sentia muitas vezes que me identificava com eles de certa forma, mas achava que era imaginação fértil, e sempre ignorei.)
Tentar não custa.. Eu sempre tive uma mente muito aberta. Estava cética claro, mas o máximo que podia acontecer era não acontecer nada, e realmente não foi o que se sucedeu, pois alguma coisa realmente aconteceu.
Fui uma tarde a casa dela, conversamos um pouco, e depois ela perguntou se podia aplicar-me reiki em pontos específicos do meu corpo, (eu que na altura não fazia ideia do que ela se referia, não percebi nada do que ela me explicou, mas ouvi tudo atentamente).
Passou-se uma semana e nada de dores.. Nem dores, nem ansiedade.
Até me sentia estranhamente leve e confortável comigo mesma.
Comecei a pesquisar sobre o assunto, sobre reiki, sobre chakras, sobre equilíbrios e desequilíbrios nos chakras, e sobre cursos de reiki.
Aquela experiencia, deu um abanão à minha realidade na altura.
Sei que as nossas conversas rapidamente evoluíram para mediunidade, sensitividade e dons bloqueados que eu deveria deixar fluir. Que poderia ser isso a causar-me problemas de saúde. O facto de não me ligar ao meu propósito de vida.
Ela deu-me algumas luzes sobre a energia e a espiritualidade.
Muita coisas começou a fazer sentido, identifiquei-me com muita coisa mesmo, aos poucos deixei de me julgar louca, esquizofrénica ou de imaginação fértil, e comecei a aperceber-me que o mundo é realmente mais alem do que está à frente dos nossos olhos.
2019 - A minha vida tomou outro rumo. Sai do emprego onde estava, fui trabalhar para a Amadora para a minha area de estudos e cruzei-me com diversas pessoas que me guiaram até onde estou agora.
Comecei por me inscrever no yoga, no estúdio de dança de uma das minha colegas do novo trabalho. Nessas aulas de yoga havia sempre meditação guiada. Eu adorava, o meu lado esotérico começava a despertar.
Meses mais tarde descubro que o padrasto dessa rapariga do estúdio de dança é mestre de reiki, ligado à associação Portuguesa de Reiki. E coincidentemente, a nossa chefe queria começar o nivel 1 de reiki e esse sr só abri turma se tivesse quatro pessoas, naquele momento elas tinham 3 pessoas interessadas, e vieram falar comigo a perguntar se eu tinha interesse.
Eu aceitei. Já tinha a curiosidade, já queria saber mais, para poder tratar de mim mesma.
(Imaginava lá eu naquela altura que, passados 2 anos ia estar a acabar o nível 3 de reiki, e a trabalhar como terapeuta num espaço, simultaneamente como voluntaria em dois espaços, curandeira, coacher e artesã/dona de uma loja online de produtos e artesanatos holísticos e esotéricos.)
2021 - O meu corpo começou a rejeitar a carne vermelha. Notei que tinha a digestão mais lenta, mais pesada, cólicas e imenso mal estar após comer carne de vaca ou porco, deixei de as comer.
Fiquei-me pela carne branca, peixe e marisco. Ainda com a atenção às leguminosas e aos legumes fibrosos.
Mas nesta fase já tinha o reiki como ferramenta, já tinha também o uso das pedras e cristais para litoterapia (cura através das pedras e cristais), e sempre que a dor começava, aplicava reiki sob o plexo solar e as outras zona que sentisse conveniente, e colocava um sabonete de selenite sob a zona que doía.
Meditava regularmente, fazia o Auto tratamento com reiki regularmente.
(Uma curiosidade, que me inteirei mais tarde.. Inconscientemente o meu corpo começou a não tolerar especificamente os alimentos que entopem os nossos canais energéticos, tais como, Cafeína (com estomago sensível como o meu é impensável), Açucares (não gosto muito de açúcar, evito imenso o refinado), Gorduras (Fritos, e comidas oleosas, tais como chocolate e amendoim) e Carne Vermelha..)
2022 - Nos dias de hoje, o meu corpo rejeitou a alimentação omnívora..
Com tantas questões alimentares e digestivas, acostumei-me a fazer um diário alimentar, onde aponto as minhas refeições, as horas das mesmas e o que consumo em cada refeição.
E por ter feito este diário alimentar consegui estabelecer que os sintomas de enfardamento, dor no estomago, digestão lenta e pesada, náuseas, enjoos, (Não eu não estou grávida), cheiro e paladar a azedo e incomodativos quando comia carne branca, peixe, marisco ou derivados de animais, no meu caso ovos, (porque já não consumo lacticínios de origem animal à alguns anos).
A minha sorte foi este complemento de aromaterapia que tenho nos dias de hoje, e por ter ao meu alcance óleos essenciais próprios para diversas situações. Tomei o blend doTERRA zengest que me ajudou a digerir e a superar todo o desconforto.
Marquei também uma consulta com a minha nutricionista holística, (que eu adoro! A Madalena Franco) que me veio confirmar as minhas suspeitas, dizendo-me para respeitar o meu corpo e seguir a minha intuição.
Eu sinto que aos poucos, consoante eu vou despertando e caminhando nesta vida, no meu dia-a-dia, a minha frequência ao se elevar, alterando-se obriga o meu corpo físico a adaptar-se.. a evoluir.
Atualmente eu vibro em frequência de cura, não de dor.. E a alimentação omnívora em termos vibracionais, é algo com um padrão energético muito denso, devido à industria alimentar.
Nos dias de hoje eu sinto uma conexão a mim mesma enorme, e acho curioso a forma como fui alcançando ponto a ponto.
(Ao contrário do que muitos pensam, nestas coisas espirituais e energéticas, não ha um guião, é tudo muito intuitivo, e acontece de forma diferente com toda a gente. No entanto podemos identificar-nos com as outras pessoas, mas há sempre acontecimentos, formas de pensar e sentir diferentes. Não se prendam ao "com ela aconteceu assado", deixem fluir.
Não se prendam a nada!
Quando pensamos sobre estes acontecimentos traumáticos para mim em separado, parece apenas que sou uma pessoa pouco saudável. Mas se tivermos em conta o padrão vibracional, faz todo o sentido que assim seja!
Com tudo, não torna nada mais fácil..
Posso dizer que sou vegetariana (à força, verdade), à 4 semanas e meia, e isto está a ser muito difícil.
Não faço ideia do que comer, não faço ideia do que fazer, não faço ideia de como cozinhar.
Não percebo nada de tofu, seitan ou cozinhar esses pratos.
Ah! Por estranho que pareça, agora que não consumo carne/peixe/etc, consigo digerir bem grão, algum feijão, lentilhas, verduras verdes..
Acho curioso! E bastante interessante!
Ao longo destes anos desde que me iniciei no reiki, tenho feito diversas práticas de trabalho interior com luz e escuridão, ultrapassando assim diversos medos e traumas que tinha, tenho trabalhado a criança interior, o desapego, uma melhor relação comigo mesma, maior respeito por mim mesma.
Atualmente já me aceito como ser espiritual que sou, já permito que a minha vida flua, já me apercebo de onde vem o stress, a ansiedade diversa, o aborrecimento, alguma impaciência, e aprendi tambem ao longo da minha caminhada pela vida a colocar um contra peso sempre na balança.
Eu acredito que existem os dois lados.. Não acredito em verdades absolutas!
Acredito sim que somos todos lindos, especiais e únicos, e que todos somos sensitivos, todos temos dons "màgicos", coisas que surgem da nossa voz interior.. E acredito que seriamos todos mais abertos à vida que aceitássemos as diferenças uns dos outros e acabássemos com as guerras dos egos.
Ninguém é melhor que ninguém!
E a razão, também é algo que não pertence a ninguém, nem deixa de pertencer.
O equilíbrio é importante!
Acerca do meu vegetarianismo.. Eu sempre senti que mais tarde ou mais cedo eu iria ser vegetariana, ou mesmo vegana!
Não iria conseguir comer animais muito mais tempo, não com a minha mentalidade, consciência e realidade.
No ano passado fui ao zoo a Lisboa, já não ia lá desde pequenina, e posso vos dizer que na zona da quinta, dos animais de quinta (ou animais de prato, como ouvi pessoas lá a referirem-se, juro que me custou ouvir aquilo), mas houve ali algo que me tocou ainda mais..
O facto de coexistirem todos no mesmo Páteo, na boa, a brincarem entre eles, a dormirem uns aos pé dos outros, a coexistirem como nem o ser humano sabe/consegue fazer.
E os animais são eles?!
Naquele momento chorei.. E a vontade que tinha era abraçar o peru e o leitão.
(O meu "problema" não é com as pessoas que comem os animais, é sim como a industria de alimentação animal funciona.. A forma como matam os bichos, como se não fossem vidas.. Como se não sentissem dor.. E para quê?! Para irem aos montes para um supermercado e serem mandados fora como descartáveis. Vidas que se podiam ter poupado..)
Mas enfim, este tema já dava conteúdo para mais uns quantos posts.
Queria só dar a conhecer este bocadinho de mim..
Contar-te que sou humana, tal como tu.
Que evolui.. Mas que também já estive estagnada.. Que não sou nem perfeita nem saudável, mas sou exigente comigo mesma, com a minha saúde, com os meus direitos, com o que me rodeia, com a minha realidade.
Espero que de certa forma este texto sirva de introspeção para ti, e talvez quem sabe te leve a uma introspeção acerca de ti mesmo e da tua vida.
Se é que posso perguntar..
Quando foi a ultima vez que escutaste a tua intuição e respeitaste os desejos do teu corpo?
Da minha alma, para a vossa 💚
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